Cristiana Bastos (PhD CUNY 1996) é antropóloga e o seu trabalho intersecta as disciplinas de antropologia, história e estudos sociais de ciência, tecnologia e medicina. É investigadora do quadro do Instituto de Ciências Sociais e ensinou noutras unidades da Universidade de Lisboa, ISCTE, Universidade de Coimbra, Brown, Universidade de Massachusetts, UNICAMP, UERJ, etc. Trabalhou em temas de dinâmicas de população, mobilidades transnacionais, biopolíticas coloniais, medicina e império, história social da saúde e bem-estar, com pesquisa de campo e arquivo em Portugal, Brasil, Estados Unidos e Goa. Actualmente coordena o projecto The Colour of Labour – the racialized lives of migrants (ERC AdG 695573), onde está directamente envolvida nas linhas de pesquisa sobre a Guiana/Suriname, Hawaii, Nova Inglaterra e Angola. Os seus trabalhos estão disponíveis em https://cristianabastos.org/ , http://colour.ics.ulisboa.pt/ , https://lisboa.academia.edu/CBastos e outras plataformas públicas.

O Alentejo no Plantationoceno: longa duração e transformações recentes na paisagem física e social

Cristiana Bastos (coord.),
Catarina Barata, André Paxiuta e Pedro Prista

Resumo:

Nesta sessão vamos pôr em diálogo vários investigadores que nos últimos anos têm testemunhado, analisado, estudado e documentado as transformações na paisagem física e humana do Alentejo. Para além de descrever a materialidade dessas transformações – que envolvem novos usos da terra e da água, de investimentos e créditos, de incrementos de produção em escala como estufas e novas espécies, e, de maior interesse para a antropologia, de reconfiguração demográfica e étnica consequente dos novos fluxos de trabalho migrante – propomos trazer para a discussão alguns dos desenvolvimentos conceptuais dos estudos de “plantação” e dialogar com o cenário do “plantationoscene.” A discussão pretende-se participada e ancorada localmente, uma vez que o Alentejo é por excelência o lugar onde se conjugam a persistência da plantação/latifúndio/monocultura e a rápida transformação do meio físico e social.

Partilhar

Catarina Barata é doutoranda em Antropologia no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-UL), com uma tese sobre perspetivas, discursos e representações acerca de experiências de violência obstétrica. Residente em Odemira desde 2011, tem acompanhado de perto as profundas mudanças no território e trabalhado, na região, sobre questões de património local, projetos de arte participativa e migrações. Fez parte do grupo de reflexão acerca da criação do Museu de Odemira (2012-13), coordenado por Pedro Prista, sendo autora do artigo referente aos estudos antropológicos acerca da região (“Antropologia”, no volume Atas do Colóquio Ignorância e Esquecimento, 2016). É membro da direção da Associação Terra Batida (com sede em Odemira) e da Associação Portuguesa pelos Direitos da Mulher na Gravidez e Parto (APDMGP).

André Paxiuta é fotógrafo documental e Doutor em Geografia pela Universidade de Lisboa. Desenvolve narrativas visuais com foco na condição humana, em confrontos sociais, migração e saúde pública, nas suas interdependências com o mundo natural e as suas mutações no espaço e no tempo. É autor do livro Oil Dorado.

Pedro Prista (n. Lisboa 1955). Frequentou a Faculdade de Direito entre 1972 e 1976 e licenciou-se em Ciências Sociais e Humanas na Universidade Nova de Lisboa em 1979. Em 1982 concluiu o DEA em Etnologia na Universidade de Nice e, desde 1984 é professor no Departamento de Antropologia do ISCTE, onde se doutorou em 1994 com uma tese sobre morfologias e processos sociais no Alto Barrocal Algarvio.
A sua actividade enquanto investigador formou-se junto da equipa do Museu de Etnologia nos anos 70 e tem incidido sobre a sociedade portuguesa e as suas mudanças, tais como a emigração, o turismo ou os impactos das alterações climáticas e as problemáticas antropológicas que envolvem. Tem trabalhado sobretudo no Sul do país e sobre Património Etnológico, os seus legados e políticas culturais, com destaque para temas de arquitectura vernacular e museus.
Em 2013 coordenou o colóquio “Ignorância e Esquecimento” e a publicação das “Actas do Colóquio Ignorância e Esquecimento” (Câmara Municipal de Odemira, Odemira).
Em 2014 publicou “Terra, Palha, Cal. Ensaios de antropologia sobre materiais de construção vernacular em Portugal” (Argumentum, Lisboa).
É investigador integrado do CRIA-IUL e investigador associado do ICS-UL.