MR07
Coordenador | Coordinator
Omar Ribeiro Thomaz | UNICAMP | omarr.thomaz@gmail.com
Co-coordenador | Co-coordinator
Peter Fry | UFRJ- Universidade Federal do Rio de Janeiro | phfrio@gmail.com
Debatedor | Discussant
João de Pina Cabral | ICS- Instituto de Ciências Sociais- Universidade de Lisboa
Língua principal | Main language
Africanismos e África contemporânea em debate: sobre Espíritos de protesto de Peter Fry
Resumo curto / Short abstract:
A tradução brasileira recém-publicada da obra clássica de Peter Fry Espíritos de Protesto sobre os médiuns, os espíritos e os movimentos nacionalistas zimbabuanos no período rodesiano, e um debate com o autor sobre a realidade contemporânea do Zimbábue, são o eixo condutor de uma mesa-redonda que reúne antropólogos que, distribuídos entre Brasil, Portugal, Moçambique e o Reino Unido, pretendem reler o trabalho decisivo de gerações de africanistas e os dilemas impostos por contextos africanos na contemporaneidade.
Resumo longo / Long abstract:
A primeira edição em português do clássico Espíritos de Protesto: Mediunidade e a articulação do consenso entre os zezuru da Rodésia do Sul (Zimbábue), publicado originalmente em 1976 e fruto de uma pesquisa realizada em meados dos anos 1960 da Rodésia do Sul, é uma boa oportunidade para discutir os africanismos em antropologia social tendo como ponto de partida uma geração que se constitui em meio aos mestres dos “tempos heroicos”. Com efeito, o antropólogo brasileiro de origem britânica Peter Fry foi orientado por Mary Douglas e teve como mestres antropólogos como Jack Goody, J. Clyde Mitchell, Jaap van Velsen e Max Gluckman. Sua presença decisiva na antropologia brasileira a partir dos anos 1970 não o distanciou de seu primeiro campo africano – muito pelo contrário. Para o Brasil, trouxe a África africanista, e aqui, de certa forma, também a encontrou. Entre os anos 1980 e 1990, Peter retorna uma e outra vez ao Zimbábue e a Moçambique, mantém o diálogo com amigos zimbabweanos e acompanha o desenrolar de crises sociais, políticas e econômicas neste país africano. A edição em português apresenta uma segunda parte em que Peter Fry procura justamente refletir sobre os acontecimentos recentes no Zimbábue à luz de sua formação africanista e de uma trajetória que passa pelo Brasil e por Moçambique.
Nossa mesa reúne colegas com distintas experiências de campo e reflexão em países como Guiné-Bissau, Cabo Verde, Guiné-Conacri, República Democrática do Congo, Angola, África do Sul, Zimbábue e Moçambique para, a partir de um diálogo com Peter Fry, refletir sobre o lugar da antropologia contemporânea e africanismos que se afirmam em sua pluralidade. Nossa expectativa é que todos nos encontremos em Évora em setembro de 2022.
Língua complementar | Complementary language
Africanisms and contemporary Africa in debate: on Peter Fry’s Spirits of Protest
Resumo curto / Short abstract:
The recently published Brazilian translation of Peter Fry’s classic work Spirits of Protest on Zimbabwean mediums, spirits and nationalist movements in the Rhodesian period, and a debate with the author on the contemporary reality of Zimbabwe, are the guiding principle of a -round meeting that brings together anthropologists who, spread across Brazil, Portugal, Mozambique and the United Kingdom, intend to reread the decisive work of generations of Africanists and the dilemmas imposed by contemporary African contexts.
Resumo longo / Long abstract:
The first edition in Portuguese of the classic Spirits of Protest: Mediumship and the articulation of consensus among the Zezuru of Southern Rhodesia (Zimbabwe), originally published in 1976 and the result of research carried out in the mid-1960s in Southern Rhodesia, is a good opportunity to discuss Africanisms in social anthropology, having as a starting point a generation that is constituted in the midst of the masters of the “heroic times”. Indeed, the Brazilian anthropologist of British origin Peter Fry was guided by Mary Douglas and had as master anthropologists such as Jack Goody, J. Clyde Mitchell, Jaap van Velsen and Max Gluckman. His decisive presence in Brazilian anthropology from the 1970s onwards did not distance him from his first African field – quite the contrary. To Brazil, he brought Africanist Africa, and here, in a way, he also found it. Between the 1980s and 1990s, Peter returns time and again to Zimbabwe and Mozambique, maintains dialogue with Zimbabwean friends and follows the unfolding of social, political and economic crises in this African country. The Portuguese edition presents a second part in which Peter Fry seeks to reflect on recent events in Zimbabwe in the light of his Africanist education and a trajectory that passes through Brazil and Mozambique.
Our table brings together colleagues with different field experiences and reflection in countries such as Guinea-Bissau, Cape Verde, Guinea-Conakry, the Democratic Republic of Congo, Angola, South Africa, Zimbabwe and Mozambique to, through a dialogue with Peter Fry, reflect on the place of contemporary anthropology and Africanisms that assert themselves in their plurality. Our expectation is that we will all meet in Évora in September 2022.
Partilhar