APA_VIII_Congresso_CARTAZ_Cinza_PT

P107

Linguagem cinematográfica e etnografia, metodologias de descoberta e elicitação.
Cinematographic language and ethnography, strategies  and elicitation methodologies.

Coordenador / Coordinator:
Catarina ALVES COSTA
Departamento de Antropologia FCSH-NOVA
catcostacatarina@gmail.com

Co-coordenador / Co-coordinator
(se aplicável, não obrigatório / if applicable, not mandatory):
Amaya SUMPSI
CRIA
amayasumpsi@gmail.com

Debatedor / Discussant
(se aplicável, não obrigatório / if applicable, not mandatory):

Língua principal / Main language: Português / Portuguese (PT)

Língua complementar / Complementary language: Inglês / English (EN)

Língua de trabalho preferencial (não exclusiva) /
Prefered working language (not exclusive):
Português / Portuguese (PT)

Detalhes do painel na língua principal /
Panel details in main language
Título / Title
Linguagem cinematográfica e etnografia, metodologias de descoberta e elicitação.

Resumo curto / Short abstract
O uso do som e da imagem na pesquisa etnográfica tem sido olhado como trazendo modos de elicitar, descobrir, explorar e provocar performances sociais cujos sentidos só poderão ser compreendidos a partir da própria linguagem cinematográfica: os aspectos sensoriais e corpóreos, as abordagens colaborativas ou a integração das tecnologias digitais têm produzido objectos visuais e sonoros cujo processo de construção e circulação queremos entender.

Resumo longo / Long abstract
Neste painel, queremos evocar, a partir de pesquisas visuais e sonoras, formas de conciliar as qualidades analíticas da palavra com as possibilidades experienciais da linguagem cinematográfica. De que formas se pode fazer a transposição da etnografia para o cinema e quais os dispositivos cinematográficos que escolhemos usar ?
Ir além do registo dos discursos verbais implica procurar formas de narrativa metafóricas e alegóricas no trabalho visual e sonoro e na montagem dos materiais. MacDougall (2019) tem vindo a discutir a necessidade de um filme etnográfico centrado na vida tal qual a experienciamos, defendendo assim uma abordagem que evoque a experiência sensorial e corpórea e que permita uma imersão dos sujeitos no mundo do filme.
No cinema observacional mais recente, a negação da autoria, associada a uma retórica de humildade perante o mundo, pode ser questionada por não clarificar o lugar de quem filma. Por outro lado, as experiências do Sensory Ethnographic Lab de Harvard revelam-se cada vez mais próximas de práticas cinematográficas experimentais de autor que procuram aquilo que se poderia chamar o fluxo da vida, desligando-se de uma ideia de tema ou de uma agenda. Se a actual atitude etnográfica está mais centrada em questões de agencialidade e numa prática participativa e dialógica que questiona as ideias de autoria e do real, a abordagem da etnoficção e as práticas colaborativas podem ser ferramentas importantes para deslocalizar o universo das etnografias construídas a partir da observação e trazer universos ligados ao imaginário, acedendo a matérias mais complexas, híbridas e fantasistas.

Detalhes do painel na língua complementar /
Panel details in complementary language

Título / Title
Cinematographic language and ethnography, strategies  and elicitation methodologies.

Resumo curto / Short abstract

Resumo longo / Long abstract
Departing from visual and sound researches, in this panel we want to evoke the forms of conciliating the analytical properties of words with the experiential cinematic language. In witch ways we can do ethnographic work with cinema and which cinematic languages do we choose? Going beyond the recording of verbal discourses imply finding new – allegorical and metaphorical – ways to edit and to do camera and sound work. MacDougall (2019) has been discussing the ethnographic films necessity to be centered in life as we experience it, defending a modality that evokes the sensorial and corporeal experience allowing for an immersion of the subjects and the filmmaker herself in the film’s world.
In recent observational work the author’s negation, associated with a humility attitude has been questioned as it hides the place of the one who films. In another scope, works as the one’s being developed in the Sensory Ethnographic Lab in Harvard reveal itself close to an experimental cinematographic attitude as the authors search for a kind of flux of life, away from any kind of anthropological agenda. The contemporary ethnographic attitude is even more centered in questions of agenciality using a dialogical and participatory practice that questions the idea of authorship and reality. The collaborative and participatory as well as the ethnofiction perspectives seem to be important tools to go further in representing the imaginary, the complex, hybrid and fantastic realities.

Partilhar