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Antropologia, contra-insurgência e extrativismo: etnografias comprometidas?
Anthropology, counterinsurgency and extractivism: compromised ethnographies?
Coordenador / Coordinator:
Susana DE MATOS VIEGAS
Docente no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa
susanadematosviegas@gmail.com
Co-coordenador / Co-coordinator
(se aplicável, não obrigatório / if applicable, not mandatory):
Felipe MATTOS JOHNSON
Doutorando em Antropologia – ICS/ISCSP – Universidade de Lisboa
felipemattjo@gmail.com
Debatedor / Discussant
(se aplicável, não obrigatório / if applicable, not mandatory):
Língua principal / Main language: Português / Portuguese (PT)
Língua complementar / Complementary language: Inglês / English (EN)
Língua de trabalho preferencial (não exclusiva) /
Prefered working language (not exclusive): Português / Portuguese (PT)
Detalhes do painel na língua principal /
Panel details in main language
Título / Title
Antropologia, contra-insurgência e extrativismo: etnografias comprometidas?
Resumo curto / Short abstract
A proposta deste painel é debater como a antropologia pode construir conhecimento e desenvolver uma etnografia comprometida frente ao domínio estatal e empresarial sobre territórios afetados diretamente pelo extrativismo e por políticas contra-insurgentes e repressivas anti-indígenas na América do Sul.
Resumo longo / Long abstract
Os povos indígenas têm vindo a surgir em vários países da América do Sul como principais inimigos internos das políticas estatais e empresariais. As resistências produzidas pelos povos indígenas para impedir a integração de seus territórios à acumulação capitalista tem tido lugar de destaque na reprodução dessa hostilidade. Este painel propõe debater o papel das políticas estatais e empresariais concomitantes à expansão e intensificação do extrativismo – o extrativismo agrícola, que marca o agronegócio, o da monocultura, do desmatamento, do minério – na ampla gama de territórios e povos originalmente colonizados pelos Estados europeus e pelo novo imperialismo. Temos em mente, por exemplo, os recentes assassinatos contra o povo Mapuche no Chile e Argentina, vinculados à oposição a recuperações territoriais, o avanço do Garimpo e da fronteira agrícola na Amazônia e seus efeitos contra os povos indígenas – a exemplo dos Yanomami -, assim como o uso de igrejas pentecostais e neopentecostais no Mato Grosso do Sul associadas ao arrendamento ilegal de terras indígenas Guarani Kaiowá – processos que dialogam com conflitos em territórios Kaingang também na região sul do Brasil. Serão bem-vindos trabalhos que problematizem os modos possíveis de uma etnografia comprometida na análise destes processos.
Detalhes do painel na língua complementar /
Panel details in complementary language
Título / Title
Anthropology, counterinsurgency and extractivism: compromised ethnographies?
Resumo curto / Short abstract
The proposal of this panel is to discuss how anthropology can build knowledge and develop engaged ethnographies before the State and corporate domination over territories directly affected by extractivism and anti-indigenous counterinsurgency and repressive politics in South America.
Resumo longo / Long abstract
The indigenous people have been arising in many countries of South America as internal enemies of State and corporate politics. The resistances produced by indigenous people to prevent the integration of their territories to capitalist accumulation have prominent place in the reproduction of this hostility. This panel proposes to discuss the role of State and corporate politics simultaneous to the expansion and intensification of extractivism – agricultural extractivism, that characterizes agribusiness, monoculture, deforestation, and mining – in the wide range of territories and peoples originally colonized by European States and new Imperialism. We have in mind, for example, the recent assassinations against the Mapuche people in Chile and Argentina, linked to the opposition against territorial recoveries, the advance of gold mining and agricultural borders in the Amazon Forest and its effects against indigenous people – such as the Yanomami -, as well as the use of pentecostal and neopentecostal churches in Mato Grosso do Sul (Brazil) attached to illegal leasing of Guarani and Kaiowá indigenous lands – processes that dialogue with conflicts in Kaingang territory in the south region of Brazil. Works that problematize the possible ways of an engaged ethnography in the analysis of this processes will be welcomed.
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